Ein Fußballspiel

Como brasileiros, estamos acostumados com a intensidade da cultura do futebol; já nascemos enfiados em macacões estampados com os brasões dos times dos papais e vemos nossas semanas girarem em torno das noites de quarta-feira e das tardes de domingo. E é no estádio que essa cultura se materializa, onde o vício transforma-se em espetáculo, estrelado por bandeirões, gritos, cantorias, palavrões e unhas roídas.

Ao passar uma temporada nos EUA, frustei-me ao perceber que o alcance dessa cultura era limitado. Mais recentemente, em temporada na Alemanha, reencontrei a força dessa paixão e vi como ela influencia nitidamente uma cultura tão distinta da tupiniquim. Cultura essa lineada pelo histórico de guerras perdidas e conseqüentes processos longos de recuperação estrutural, econômica e mesmo cultural. E é tudo muito evidenciado na frieza do povo alemão, frieza que é apenas aparente, à princípio, como se um escudo representando a força e o corretismo deles, que cai logo que se conhece melhor qualquer alemão. O povo é, atrás desse escudo, simples, contente e orgulhoso, só talvez um pouco quadrado dentro de tanta civilidade. Mas não adianta, o que se vê nas ruas, principalmente na percepção de uma estrangeira, são caras fechadas, excesso de seriedade, e a falta que se sente de ver um sorriso, ouvir uma gargalhada, é enorme. E aí, depois de alguns meses vivendo com essa frieza diária, fui assistir o meu primeiro jogo de futebol no país. Eu já sabia que a paixão por futebol era presente, pelos papos e pela repercussão na mídia, mas a surpresa veio mesmo ao ver no estádio a frieza dando lugar à uma alegria tão forte, digna de qualquer torcida latina. O jogo era uma simples rodada da Bundesliga, entre dois times estancados ali no meio da tabela, o FC Köln e o St. Pauli. Na casa do segundo, o Millerntor-Stadion em Hamburgo, em dia gelado de final de janeiro, o jogo contava com algumas estrelas como Podolski e Gerald Asamoah, mas o espetáculo ficou por conta do St. Pauli, que ganhou de 3 a 0, e de sua torcida, famosa por dar a alma por seu time. É tradição: quando joga em casa, o time entra em campo com a música Hells Bells do AC/DC, momento arrepiante que leva a torcida à loucura. O futebol derrubando o escudo frio alemão. O vídeo ai embaixo dá um gostinho.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

1 comentário
  1. daniela disse:

    Bundesliga! hehe. zuera. adorei o post doris! x

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