Psychedelia meets jazz

Afinando os ouvidos!

Em agosto de 1969, dias após o êxtase gerado pelo Festival de Woodstock, Miles Davis entrou em estúdio para tornar-se precursor de mais um movimento do jazz. Com uma nova banda de futuros gênios, incluindo John McLaughlin, o trompetista iria revolucionar a estética do jazz ao caldea-lo com o rock e produzir o álbum duplo “Bitches Brew”.  Desenvolvendo-se a partir do virtuosismo frenético do bebop, da leveza e romantismo do cool jazz e da serenidade bacana do modal jazz, o jazz-rock de Davis teria a inusitada presença do piano e da guitarra elétricos, assim como de outras técnicas eletrônicas. As influências vão do funk de Sly and The Family Stone ao acid rock de Jimi Hendrix, cujos longos solos remetem à improvisação tensa e livre da melodia de “Bitches Brew”. A psicodelia e controvérsia estão presentes até na capa, idealizada pelo artista Abdul Mati Klarwein, que posteriormente desenhou capas de discos para outros artistas, como Santana. Por causa do sucesso desse disco, Miles tornou-se o primeiro jazz man a sair na capa de uma Rolling Stone. O álbum inteiro é incrível!

O jazz rock do trompetista foi uma válvula para o surgimento do jazz fusion, o estilo que mistura jazz e ritmos como rock, blues e funk. Um dos maiores representantes desse gênero é o incrível Head Hunters, do pianista Herbie Hancock. Outro álbum que vale a pena!

4 comentários
  1. Fernanda Felício disse:

    Mando benzasso nas escolhas, do estilo, do artísta, da arte e do single!

  2. Pedro Luce disse:

    Esse é o primeiro disco de fusion ! Dele saíram diretamente grupos como Headhunters, do Herbie ; Return to Forever, do Chick Corea ; Mahavishnu Orchestra, do John MacLaughing e Weather Report, do Wayne Shorter … TOPPP

  3. Leonardo Ruas disse:

    Otimo post… A música precisa de alguém que realmente “escreva sobre ela”, com ouvidos iguais aos seus!!! Parabens.

Deixe um comentário